Drogas
Mais de 85% das letras pousaram num abrigo
para a resistência as novas drogas.
Vamos berrar se for preciso, e é…
Preciso falar de homens bandidos.
De sonhos devorados pelas calçadas,
ou que ainda dormem buscando um lençol, um teto.
Das cabeças esburacadas como as estradas velhas,
e que as matérias destas parecem ser as mesmas.
De livros rasgados nas escolas e a sede de água,
palavra na ponta da língua.
Das sementes queimadas por um fruto humano.
Vamos discutir aqui ou na calçada,
imagens reais que norteiam um verso
a colar eufemismos nas canções.
Mas ocultaremos o nosso pavor diante do desconhecido,
abominaremos qualquer novidade,
o século XXI carrega os pesares de outrora.
Ocultaremos os filhos da lua,
que enlameiam as ruas com suas lágrimas,
onde um desespero é calado por uma moeda
de cinquenta centavos.
Enalteceremos o engravatado,
que em campanha, veste o vermelho sangue
este,
que não representa o escarlate escravo.
Nas lavouras, nos açougues, no chão de qualquer senzala autorizada -
outorgo e clamo em razão dos mais atacados pelo cão. Ruflo minha espada a impunidade exala ilusão… só nos resta o coração.