Drogas

Mais de 85% das letras pousaram num abrigo

para a resistência as novas drogas.

Vamos berrar se for preciso, e é…

Preciso falar de homens bandidos.

De sonhos devorados pelas calçadas,

ou que ainda dormem buscando um lençol, um teto.

Das cabeças esburacadas como as estradas velhas,

e que as matérias destas parecem ser as mesmas.

De livros rasgados nas escolas e a sede de água,

palavra na ponta da língua.

Das sementes queimadas por um fruto humano.

Vamos discutir aqui ou na calçada,

imagens reais que norteiam um verso

a colar eufemismos nas canções.

Mas ocultaremos o nosso pavor diante do desconhecido,

abominaremos qualquer novidade,

o século XXI carrega os pesares de outrora.

Ocultaremos os filhos da lua,

que enlameiam as ruas com suas lágrimas,

onde um desespero é calado por uma moeda

de cinquenta centavos.

Enalteceremos o engravatado,

que em campanha, veste o vermelho sangue

este,

que não representa o escarlate escravo.

Nas lavouras, nos açougues, no chão de qualquer senzala autorizada -

outorgo e clamo em razão dos mais atacados pelo cão. Ruflo minha espada a impunidade exala ilusão… só nos resta o coração.

Tayla Ferreira e estopim.tumblr.com
Enviado por Tayla Ferreira em 24/04/2013
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