ZÉS
ZÉS
Zé! Ipsi-litere a vida vos plagia e vos esnoba.
E cose no barro puro as broas fartas,
Na boca de quem no céu são luas poucas
E rejunta tua figura tosca nesta pele seca e esquálida.
Neste cenário,terra morta, árvores galhos secos a pedir socorro....
Nessa paisagem triste e assombrosa, Zé, deste teu Nordeste.
Os espinhos agudos, devassos e infames, Zé!
Que te sangram a sorte incerta, minguada e pouca.
São os mesmos que te fantasiam na morte lenta.
Êta! Cabra, que lida, que existência insossa e perversa.
É tanta peste querendo a carne pouca!
São tantas promessas, Zé, que te anulam no voto a riqueza.
Cerceando-te cabra, a liberdade nessa trajetória e na escolha.
Sei não, Zé, que sina!
E represas, brasileiro! Na alma a agonia e o vexame e a vergonha.
E no espírito, a dor dessas desdita e desse abandono.
A singrar nesses mares, deste solo inerte, tosco e embrutecido.
Veias secas dessa terra estéril, e as aves de rapina, te espreita a morte!
Buscas ainda forças nas romarias, Zé,crença que te consagre a devoção.
E as chagas que se abrem no teu espectro opresso e te ferem.
São teus acúleos, cristo Zé, é a cruz que tu padeces.
Já absorto, tu exibes teus calos como troféus da tua peleja.
E tua prole como façanha a alardear o cabra-macho.
Mané - teimoso fiel nucaio brasileiro, que birra pondo-se de pé.
Que faz da caninha meiota da fuga na ilusão de vencer a fome.
E nesta triste miragem, Zé, que te consome e te aniquila.
Teu espelho friamente te espanta!
É tu mesmo, Zé, os ossos que balançam.
É tua vida,Zé, que plagia outras vidas.
Albérico Silva
ZÉS
Zé! Ipsi-litere a vida vos plagia e vos esnoba.
E cose no barro puro as broas fartas,
Na boca de quem no céu são luas poucas
E rejunta tua figura tosca nesta pele seca e esquálida.
Neste cenário,terra morta, árvores galhos secos a pedir socorro....
Nessa paisagem triste e assombrosa, Zé, deste teu Nordeste.
Os espinhos agudos, devassos e infames, Zé!
Que te sangram a sorte incerta, minguada e pouca.
São os mesmos que te fantasiam na morte lenta.
Êta! Cabra, que lida, que existência insossa e perversa.
É tanta peste querendo a carne pouca!
São tantas promessas, Zé, que te anulam no voto a riqueza.
Cerceando-te cabra, a liberdade nessa trajetória e na escolha.
Sei não, Zé, que sina!
E represas, brasileiro! Na alma a agonia e o vexame e a vergonha.
E no espírito, a dor dessas desdita e desse abandono.
A singrar nesses mares, deste solo inerte, tosco e embrutecido.
Veias secas dessa terra estéril, e as aves de rapina, te espreita a morte!
Buscas ainda forças nas romarias, Zé,crença que te consagre a devoção.
E as chagas que se abrem no teu espectro opresso e te ferem.
São teus acúleos, cristo Zé, é a cruz que tu padeces.
Já absorto, tu exibes teus calos como troféus da tua peleja.
E tua prole como façanha a alardear o cabra-macho.
Mané - teimoso fiel nucaio brasileiro, que birra pondo-se de pé.
Que faz da caninha meiota da fuga na ilusão de vencer a fome.
E nesta triste miragem, Zé, que te consome e te aniquila.
Teu espelho friamente te espanta!
É tu mesmo, Zé, os ossos que balançam.
É tua vida,Zé, que plagia outras vidas.
Albérico Silva