"Desconstrução"

Os olhos que me olham é um decompor

triturando na milésima parte o que não sou

mas em si tritura-se, decompõe-se as partes

porém a parte, aparta, ficando o observador

Como se este não fosse a própria decomposição

desconstruída, sem a referência óbvia e devida

louco não? Sim, loucura que se faz sem ver

E quem lê não se vê nem mesmo quando se escreve

escrita bendita mascarando a desdita

ali decomposta nas entrelinhas desejante de ser vista

loucura de não saber e nem querer crer

que o óbvio nunca foi dito porque dele nada se tem

pois, nada é ... nada, vazio, oco, vácuo de si

angustiante e medonho de se tocar

desejoso por saber que das trevas só se vê as sombras

e se elas posso ver é porque luz .. adiante ... há!

Conclusão nada conclusiva

afinal o que de óbvio há nisso se tudo fora aprendido

em conceitos oriundos de um saber obscuro

repetidos por versos já decompostos em partes?

Linguagem mal ou bendita da essência

só se vê o que se quer, querendo que haja resposta

para a pergunta que nunca se fez

no vazio eterno deste que consideramos um viver lógico e racional

mas mudo e emocional se faz na esfera do "ser"

- Kátia Golau Cariad -

Kátia Golau Cariad
Enviado por Kátia Golau Cariad em 18/04/2013
Código do texto: T4246359
Classificação de conteúdo: seguro