Inteiro Ambiente

Não tem critério, não tem quesito

Onde o colorido é restrito

Nas vestes e nas veias do criolo

Entre o vermelho do tijolo

E o cinza da brasilit

Dormem sonhos em camas de maderit

Jantar a luz de velas

Energia em queda,

Queda livre, livre corte

Praticará outro esporte

Sem tela, cortando o orçamento e a novela

Ladeiras de proporção desigual

Como a vista que avista outro quintal

Onde cruza o asfalto acompanhado

Pelos olhos do medo,

Ouve o estrondo e bate o desespero

Amarra a camisa no rosto e parte pra crise

escondendo a hansenisse

E cara de assustado

Muleque acuado, mas não vai recuar

Lhe entregaram uma arma e até já sabe atirar

Pede ajuda para o santo

O manto branco cobre um corpo

Torto na vida, mas na hora certa

Espera apagar a luz

Abraça sua cruz, barricadas não param

Não seguram ninguém

Ninguém se contém, ninguém convém

É festival de tiro

É sinfônia de gritos

Mas vai amanhecer

Alaranjado sol mostra seu poder!

Nos botecos de gole em gole

A água de pobre

A água ardente desce a galope

Os comentárias do filho da ira

E sua cria, já esquecemos

Os motivos, tiros e abrigos

É dia novo, é novo dia,

Para nova gritaria

Jeff Ferreira
Enviado por Jeff Ferreira em 16/04/2013
Código do texto: T4243520
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