Inteiro Ambiente
Não tem critério, não tem quesito
Onde o colorido é restrito
Nas vestes e nas veias do criolo
Entre o vermelho do tijolo
E o cinza da brasilit
Dormem sonhos em camas de maderit
Jantar a luz de velas
Energia em queda,
Queda livre, livre corte
Praticará outro esporte
Sem tela, cortando o orçamento e a novela
Ladeiras de proporção desigual
Como a vista que avista outro quintal
Onde cruza o asfalto acompanhado
Pelos olhos do medo,
Ouve o estrondo e bate o desespero
Amarra a camisa no rosto e parte pra crise
escondendo a hansenisse
E cara de assustado
Muleque acuado, mas não vai recuar
Lhe entregaram uma arma e até já sabe atirar
Pede ajuda para o santo
O manto branco cobre um corpo
Torto na vida, mas na hora certa
Espera apagar a luz
Abraça sua cruz, barricadas não param
Não seguram ninguém
Ninguém se contém, ninguém convém
É festival de tiro
É sinfônia de gritos
Mas vai amanhecer
Alaranjado sol mostra seu poder!
Nos botecos de gole em gole
A água de pobre
A água ardente desce a galope
Os comentárias do filho da ira
E sua cria, já esquecemos
Os motivos, tiros e abrigos
É dia novo, é novo dia,
Para nova gritaria