Ando, olho e ouço

Ando, olho e ouço

Parado não ando olho e ouço

Andando não paro e ouço

Ouvindo não olho e não ouço

Um pobre

Andando só vejo e não ouço

No chamado da clemência, abstraio

Ouvindo não olho, tenho medo

Da dor

Olhando o olhar do outro me cega

A dor da vida impossível aflora

O coração fica parado, mudo

Eu resisto

Eu ando olho e escuto o clamor

Da rua crua, dos meninos soltos, crueldade

Olho, choro e não me entendo, porque?

Burguês, paralítico, cego e surdo

Acorda!!!!!

Roberto Solano
Enviado por Roberto Solano em 10/04/2013
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