Cantiga dos Sem-Terra
Limão azedo
Catado no chão
Cedo madruga
Enxada na mão
Limão brabo
Catado no pé
Lida na terra
Punhado de fé
Terra à vista
Deus é por nós
Queremos plantar
Não estamos a sós
Lá vai o coronel
Pegando o jatinho
Tira o chapéu
E vamo invadindo
Armando barraca
Lá vem temporal
Congresso não vota
Que coisa imoral
Governo veta
Reforma cai
Palmo de terra
De lá não sai
Fome de terra
Promessa já basta
Lá no congresso
Reforma se arrasta
Reforma que foi
Do papel não saiu
Nosso sonho enterrou
Por terra caiu
Terra ociosa
Nosso destino
De nossa bandeira
Poeta fez hino !
Poema inspirado em notícia veiculada pelo Jornal O Globo - 17/03/1998.
“Manifestantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) invadem órgãos públicos em 11 capitais com o intento de agilizar a Reforma Agrária.”
Edir Araujo
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ISBN 978-85-913565-2-2