A POESIA É UMA FICÇÃO VERDADEIRA

Abutre que brota do estéril

Desterra ruído da rotina.

Chamam-lhe virtude.

Chamo-lhe necessidade de dominar.

Sua contradição dita dar,

Suas ações não faz jus.

Chamam-lhe astúcia.

Chamo-lhe terra da fantasia.

Uma terra infértil.

Tudo aquilo que é conforto.

O míope chama-lhe vida.

A cegueira chama heroico.

O olhar apurado,

Chama-lhe semente prematura.

Chama-lhe roteiro.

Chama-lhe domesticação.

Chama-lhe corpos abertos,

Exalando vermelho rubro.

O olhar apurado

Chama-lhe remorso, necessariamente.

Aquele que se reconhece,

Na dor de quem não conhece.

Sem se esquecer dos que se fazem dor.

Há tempos excetua o desdém febril

Este é digno de receber o Inexorável.

Chamo-lhe solo rico,

Cujo tesouro não é financiável.

Ramon Catarse
Enviado por Ramon Catarse em 31/03/2013
Reeditado em 31/03/2013
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