A POESIA É UMA FICÇÃO VERDADEIRA
Abutre que brota do estéril
Desterra ruído da rotina.
Chamam-lhe virtude.
Chamo-lhe necessidade de dominar.
Sua contradição dita dar,
Suas ações não faz jus.
Chamam-lhe astúcia.
Chamo-lhe terra da fantasia.
Uma terra infértil.
Tudo aquilo que é conforto.
O míope chama-lhe vida.
A cegueira chama heroico.
O olhar apurado,
Chama-lhe semente prematura.
Chama-lhe roteiro.
Chama-lhe domesticação.
Chama-lhe corpos abertos,
Exalando vermelho rubro.
O olhar apurado
Chama-lhe remorso, necessariamente.
Aquele que se reconhece,
Na dor de quem não conhece.
Sem se esquecer dos que se fazem dor.
Há tempos excetua o desdém febril
Este é digno de receber o Inexorável.
Chamo-lhe solo rico,
Cujo tesouro não é financiável.