MENINO MENDIGO
MENINO MENDIGO
Ali vai um menino travesso
Ainda que inocente
leva com ele seus medos
Flutua em inércias
Seu tempo não tem medidas
Ele desenha seus sonhos arabescos
Vive suas coisas de ínfima espécie
Na usura e libertinagem
Para ele não existe culpa, verdades...
É sínico... capcioso... travesso...
É vazio de sentimentos
Sofre e chora ao relento
É mendigo por opção
É um lobo sem alcateia
Poderia ser outro ser
Treme em arrepios sem controle
Não existem manifestações de júbilo
Tornou-se impuro, híbrido de falácias
Vive construindo analogias
Travestido de realidades
Segurando seus desejos...
Seu corpo repousa em desmesuras
Dorme o sono dos injustiçados
Sua última vontade é verter lágrimas