MILICIANO

Aquela mão assassina,

Que trucida e chacina,

Crianças de rua.

É a mesma, já festiva,

Que afaga e cativa,

Os cabelos da sua.

Sem complexo de culpa,

Nem dó, nem desculpa,

Guarda sua arma.

E, no momento seguinte,

Dorme, com todo requinte,

Um sono leve, sem trauma.

A mesma mão que golpeia,

É aquela que semeia,

Rosas no quintal.

E, uma hora depois,

Lê a tragédia na página dois,

Comendo um lanche frugal.

GESSIMAR GOMES
Enviado por GESSIMAR GOMES em 22/03/2013
Código do texto: T4203009
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