Cegueira nacional
Cá na labuta dos afazeres
Um incessante refletir
Tristes notícias tantas vezes!
Que será de nosso porvir?
Uma realidade em que muitos choram
Embora um país “independente”
Os maiores ainda o exploram
E a corda arrebento para nossa gente
Gente de todo tipo, credo e cor
Uma maioria sofrida, esforçada
Cansada, mas cheia de valor
Cuja estrada é tão apertada
Mas no meio desse povo
Uns espertalhões no direito se sentem
De passar por cima dos outros
Sem escrúpulos, roubam e mentem
A mercê fica a sociedade
Nem sabem como lutar
Pois se não há educação de qualidade
É fácil de se enganar
São muitos os que estão cegos
Na própria ignorância perdidos
O resultado só pode ser certo:
Sem tetos, famintos e aflitos
E mesmo aqueles mais fortunados
Rendem-se a um mundo virtual
Tornam-se meros alienados
Inertes diante do mundo real
Com uma cultura massificada
Curtem tudo que está na moda
Não vêm se tal informação é qualificada
Só enxergam cada qual o seu agora
Do passado valores esquecidos
Se outrora iam às ruas
Hoje só resta este orgulho perdido
E um futuro incerto que assusta
Todavia o altruísmo continua
Felizmente somos um povo persistente
Muitos de nós ainda vamos à luta
Queremos um mundo diferente!
A esperança não morrerá
Assim como já existem tantos projetos
Muita coisa boa ainda virá
Mesmo que só desfrutem nossos futuros netos
Acreditamos que a cegueira acabará
Enxergarão pelas lentes da educação
O “jeitinho brasileiro” no passado ficará
Também para corrupção uma justa punição
Teremos cidades limpinhas
O lixo todo separado e reclicado
Crianças bem alimentadinhas
Crescendo e aprendendo com todo cuidado
O IDH será um orgulho
A Amazônia e Pantanais preservados
Todo mundo sairá no lucro
A violência terá acabado
Saúde e educação serão de qualidade
A dignidade enfim haverá para todos
Embora nada disso ainda seja verdade
Isso não será apenas utopia de loucos
Se desde agora os esclarecidos
Lutarem unificadamente contra todo mal
A fim de curar essa cegueira nacional