Justiça

Todo o bom trabalhador

Que derrama o seu suor

Sol a sol o dia inteiro

Bem merece o coitadinho

Possuir um pedacinho

Deste solo brasileiro

Pois tem muito fazendeiro

Que nem sabe o quanto tem,

Dorme em cima do dinheiro

Tem tudo que lhe convem.

E ao pobre, o qual trabalha

Só lhe resta uma migalha

Meia dúzia de vintens

Não é possível, senhores,

Que isto sempre aconteça !

É preciso que o governo

Corte o mal pela cabeça

Que proteja o operário

Fazendo-o proprietário

Que disto nunca se esqueça.

Pois o homem que trabalha

Somente pra fazendeiro,

Nunca pode em sua vida

Arranjar um bom dinheiro.

É justo que o presidente

Lhe dê então de presente

Algum alqueire somente

Deste solo brasileiro !

Tio João ( in memóriam )
Enviado por OTACILIO PIM em 16/03/2013
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