Justiça
Todo o bom trabalhador
Que derrama o seu suor
Sol a sol o dia inteiro
Bem merece o coitadinho
Possuir um pedacinho
Deste solo brasileiro
Pois tem muito fazendeiro
Que nem sabe o quanto tem,
Dorme em cima do dinheiro
Tem tudo que lhe convem.
E ao pobre, o qual trabalha
Só lhe resta uma migalha
Meia dúzia de vintens
Não é possível, senhores,
Que isto sempre aconteça !
É preciso que o governo
Corte o mal pela cabeça
Que proteja o operário
Fazendo-o proprietário
Que disto nunca se esqueça.
Pois o homem que trabalha
Somente pra fazendeiro,
Nunca pode em sua vida
Arranjar um bom dinheiro.
É justo que o presidente
Lhe dê então de presente
Algum alqueire somente
Deste solo brasileiro !