Negra do Cabelo Duro

Negra do cabelo duro

Dos olhos pretos e a cara cor de piche

Trabalha do clarão do dia até o céu ficar escuro

Como sofre essa negra, é um Deus nos acuda, vixe

Todo dia desce a ladeira com o tacho na carapinha

Vendendo acarajé, abará e quindim

As suas quitutes que preparou na cozinha

Variando de cocada, mugunzá só não tem beijin

Vai passando a negra com as suas ancas rechonchudas

Desfilando pelas ruas despertando o desejo mais carnal

O branco presunçoso a ver e só a deseja desnuda

Arrancar o seu vestido de chita e arrastá-la ao areal

Mas a negra sabe que o desejo vem depois

Acompanhado com uma grande doce de cana e um bom vinho

Tem que voltar para casa, pois para alimentar tem dois

E não pode deixa-los sozinho

Como sofre essa negra de cor de piche

É um sofrimento medonho, um Deus me livre, vixe.

Kaynne
Enviado por Kaynne em 15/03/2013
Reeditado em 15/03/2013
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