Negra do Cabelo Duro
Negra do cabelo duro
Dos olhos pretos e a cara cor de piche
Trabalha do clarão do dia até o céu ficar escuro
Como sofre essa negra, é um Deus nos acuda, vixe
Todo dia desce a ladeira com o tacho na carapinha
Vendendo acarajé, abará e quindim
As suas quitutes que preparou na cozinha
Variando de cocada, mugunzá só não tem beijin
Vai passando a negra com as suas ancas rechonchudas
Desfilando pelas ruas despertando o desejo mais carnal
O branco presunçoso a ver e só a deseja desnuda
Arrancar o seu vestido de chita e arrastá-la ao areal
Mas a negra sabe que o desejo vem depois
Acompanhado com uma grande doce de cana e um bom vinho
Tem que voltar para casa, pois para alimentar tem dois
E não pode deixa-los sozinho
Como sofre essa negra de cor de piche
É um sofrimento medonho, um Deus me livre, vixe.