Inocentes

Sentimos muito.

Sabemos pouco.

Olhamos muito.

Enxergamos pouco.

Pensamos muito.

Entendemos pouco.

Vestimos o corpo.

Despimos a alma.

Os pés cravados no chão.

Ou o chão encharcado de pés...

O mundo em minha cabeça.

Ou a cabeça no mundo.

Mas qual mundo?

Aquele que vemos,

Aqueles que sabemos,

Aquele em que pensamos.

Ou aquele que nos deixa nu.

Oh, mundo dos mundos...

Dai-me a visão generosa das crianças

Dai-me a cabeça dos sábios

E os pés de Mercúrio

Para levar as mensagens

aos deuses

E aos mortais.

Dai-me serenidade suficiente

Para conviver com paradoxo.

Superar as injustiças.

Entender as desigualdades.

E, ainda assim, manter a fé.

Esperando firme um dia quando

Algo será finalmente visto, entendido ...

E, vestido de poesia

Utilize a nudez da prosaica

dos inocentes.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 13/03/2013
Código do texto: T4186813
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