Inocentes
Sentimos muito.
Sabemos pouco.
Olhamos muito.
Enxergamos pouco.
Pensamos muito.
Entendemos pouco.
Vestimos o corpo.
Despimos a alma.
Os pés cravados no chão.
Ou o chão encharcado de pés...
O mundo em minha cabeça.
Ou a cabeça no mundo.
Mas qual mundo?
Aquele que vemos,
Aqueles que sabemos,
Aquele em que pensamos.
Ou aquele que nos deixa nu.
Oh, mundo dos mundos...
Dai-me a visão generosa das crianças
Dai-me a cabeça dos sábios
E os pés de Mercúrio
Para levar as mensagens
aos deuses
E aos mortais.
Dai-me serenidade suficiente
Para conviver com paradoxo.
Superar as injustiças.
Entender as desigualdades.
E, ainda assim, manter a fé.
Esperando firme um dia quando
Algo será finalmente visto, entendido ...
E, vestido de poesia
Utilize a nudez da prosaica
dos inocentes.