Linha torpe
O mundo não basta.
Não basta aos seres apenas ser,
Desejo de querer não é maior
Que o essencial posto nas mãos.
Estas são pequenas demais
Ou tudo é pouco
E em constante diminuição.
Resultado de objetos de amor maior;
Inexorável atracão que se resume
Em sem-nomes de coisas desejáveis,
Enquanto o pensamento se esvai
Para consequências inevitáveis.
O mundo não é vasto
Para sonhos pequenos.
Não basta crer em protestos
De rotação maior,
De atos inertes,
De construções demoradas.
Nada basta para os pequenos...
Estes, em constante exalação, formam
A deformação da voz humana,
Posta ao ridículo pela falta
De coisas não detestáveis.