A Janela

Olhei pela janela num impulso que tive,

A vista é uma glutã sempre famélica;

Vi pedradas na cubana que quer ser livre,

Silêncio sobre a Coréia que quer ser bélica...

Vi roubarem os pobres em prol dos ricos,

Mundo moderno e seu avesso Robin Hood,

Prostituição dos cineastas e dos políticos,

Casa Branca em “programa” com Hollywood...

Como se não me bastasse ter visto isto,

A faca hipócrita enfiada até o seu cabo;

Hugo Chaves convalescendo “Con Cristo”

Se sarar voltará a imperar com o diabo...

O Papa fugindo do mau cheiro do lixo,

conluios secretos tramando conveniências;

curiosos especulam se agora vem o bicho,

que vai dominar até mesmo consciências...

E as cobras encantadas com um módico quê,

Bichinhos tolos e mui fáceis de encantar;

Esperando curiosas, o vencedor do BBB,

E qual será o próximo penteado do Neymar...

Sensatez deu no pé, e eu sonho na janela,

Traindo a mim mesmo, devaneio abismado;

É como amor que não vem, esperar por ela,

A bem da saúde, eu vou esperar sentado...