Sertão e a 'indústria' da seca

É triste ver essa gente

Que produz em abundância

Chorando feito criança

Vendo tudo perecer

Quando ao amanhecer

Mira o campo desolado

Ao constatar que' o gado

Não mais tem o que comer

Eleva os olhos pro Alto

Em prece implora clemencia

Pois é forte a sua crença

Que em breve vai chover

Enquanto a chuva não vem

Sobrevive de migalha

Pois a ajuda lhe falha

É grande a desilusão

Quando muito uma ração

Lhe vem do que produziu

Ainda' é assim no Brasil

Lá pras bandas do Sertão

Que "continua ao Deus dará"!

Enquanto isso políticos inescrupulosos se locupletam-se das verbas governamentais e fazem fortunas com a 'industria' da seca...