Numeração

Estou conhecendo pelo desconhecimento.
Minha ignorância é o primeiro degrau mágico.
A cada passo diminui a distância entre eu e
o horizonte
E novos horizontes se assanham diante
de vistas cada vez mais míopes.

O infinito mora bem ao lado
Juntinho com o cálculo inverossímil da idade
Pesquisas arqueológicas encontram
provas estapafúrdias de que o improvável
realmente aconteceu e tragicamente
fora encoberto por nossa indiferença ou inocência.
E, apesar disso, sobreviveu incólume.

Estou desconhecendo pelo conhecimento
E a cada página, a cada palavra ou gesto...
Tudo é imensamente semântico, conexo e interligado.
A enorme equação que é o mundo que
resulta justamente da inequação dos tempos,
espaços e dimensões
desconhecidas.


Tento em vão não ser tão matemática.
Não mensurar a hipotenusa de um cateto abstrato
Tento em vão escapar das estatísticas
Elas povoam o mundo de pavor e tristeza

Percentuais perseguem a natureza humana
E a transforma em projeção ortográfica do provável...
As estatísticas nos condenam à inércia
Afinal de nada adianta o esforço em

Escapar da regra geral...
Ou em se assumir simplesmente por ser a exceção.
Dói ser diferente e conviver com as igualdades reinantes...
Dói se sentir um estranho no ninho
Sem par nem ímpar
para fazer parte da numeração.

Os números nos marcam...
O sete, o treze...
Tantos que passam a vida a fora...
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/02/2013
Reeditado em 22/02/2013
Código do texto: T4154410
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