Asas cortadas

Meninos, meninas, crianças do Brasil.

Maltratados e humilhados pela pátria que o pariu

Jogados no lixo, seu teto é o céu.

A lua é de queijo igual a sua vida é de mel

Amarga diariamente o gosto do fel

Aprendendo desde cedo a viver como rel.

Julgados pela sorte

Driblando a própria morte

Cresce sem suporte, ai trabalham na curva.

Crescendo igual planta, com água da chuva.

Apodrecem igual pera, na rua da feira.

Da cidade do descaso, do atraso e das "funkeiras”.

O meu cartão postal, não tem cristo e nem cachoeira.

O nosso cartão postal, tem fome, miséria e "biqueiras”.

Pequenas e meras meninas

Antes mesmo da puberdade

Buscando por liberdade

Vendem o próprio corpo

Vomitando diariamente contra tudo e contra todos

Anjos criam chifres, e descem pelo esgoto.

Encurralados pelo sistema

Sem um pingo de pena

Desenvolvem a revolta e viram estrelas no Date na

Cabron Dias
Enviado por Cabron Dias em 22/02/2013
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