Alho
Faróis em oposto sentido, iluminam, quase tiraram me a visão
Seguro forte no volante com as duas mãos, redobrando a atenção
Injúrias, ódio, abalo, sentimentos que apago
Não dirijo em contramão, a quarenta por hora
Ignora as buzinas que chamam-me agora
Sobe ladeira, verdadeira missão
Deixar o egoísmo, saio de primeira sem usar freio de mão
Vou embora, vou voltar, pensamentos alheios
São como o alho
Tempero de forte cheiro, e preço salgado
Por uma cabeça que nem sempre trará resultado
Do alto se vê a cidade e suas pequenas pessoas
Com suas luzes de emergência ou mesmo a toa
Pessoas com pensamentos inoportunos
Tramando planos futuros
Pensando em se dar bem!
Ninguém, quer viver sem
Ninguém quer viver sem
Ostentando num grande vai e vem
Se ele tem eu quero também
Vou vivendo no ostracismo
Surrealismo, com Cristo no espírito
E o tanque na reserva, a descida longa me espera
Mas na minha situação, vou na banguela
Na cidade trafego em mentes que não me entendem
E muitas vezes até mentem
Bêbados, festeiros, putas e até trabalhadores
Mendigos, atletas, senhores
Vou embora, vou voltar pensamentos alheios
São como o alho
Tempero de forte cheiro, e preço salgado
Por uma cabeça que nem sempre trará resultado