Alho

Faróis em oposto sentido, iluminam, quase tiraram me a visão

Seguro forte no volante com as duas mãos, redobrando a atenção

Injúrias, ódio, abalo, sentimentos que apago

Não dirijo em contramão, a quarenta por hora

Ignora as buzinas que chamam-me agora

Sobe ladeira, verdadeira missão

Deixar o egoísmo, saio de primeira sem usar freio de mão

Vou embora, vou voltar, pensamentos alheios

São como o alho

Tempero de forte cheiro, e preço salgado

Por uma cabeça que nem sempre trará resultado

Do alto se vê a cidade e suas pequenas pessoas

Com suas luzes de emergência ou mesmo a toa

Pessoas com pensamentos inoportunos

Tramando planos futuros

Pensando em se dar bem!

Ninguém, quer viver sem

Ninguém quer viver sem

Ostentando num grande vai e vem

Se ele tem eu quero também

Vou vivendo no ostracismo

Surrealismo, com Cristo no espírito

E o tanque na reserva, a descida longa me espera

Mas na minha situação, vou na banguela

Na cidade trafego em mentes que não me entendem

E muitas vezes até mentem

Bêbados, festeiros, putas e até trabalhadores

Mendigos, atletas, senhores

Vou embora, vou voltar pensamentos alheios

São como o alho

Tempero de forte cheiro, e preço salgado

Por uma cabeça que nem sempre trará resultado

Jeff Ferreira
Enviado por Jeff Ferreira em 21/02/2013
Código do texto: T4151616
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