Heroína flagelada
Calada da noite
Madrugada fria
Calada, angustiada e com medo.
Ensaiado mesmo com nojo
As boas vindas ao desconhecido
Mostrando quase que o seu corpo todo nu
Porem por dentro envolvida 100%
Com os panos do desespero
Sorriso falso, frases manjadas e aparentemente espontâneas.
Ilude e é iludida
Refém do seu próprio pântano
Perdida no calabouço do seu psiquismo
Fetiche? Ou talvez mais uma refém do sistema
Talvez os dois
Encontrou nas curvas do seu corpo
Uma maneira fácil, e talvez pra ela até a única maneira.
Na televisão é tachada como imoral
Indigna, lixo humano... Uma completa marginal
Porem empresários aparentemente dignos
Contribuem com o seu ato imoral
Talvez pra você soe como utopia
Mas dignamente fazendo o que faz
Alimenta sua família
Tipo heroína
Sai de noite... Fantasiada, amargurada e revoltada.
Luta contra todos os seus inimigos
A pobreza, o descaso, a revolta, a desilusão.
O sistema, a hipocrisia, suas fraquezas e contra o maior de todos.
Ela mesma
Sente no peito a revolta e por dentro se auto flagela
Questiona-se o tempo todo, o porquê de estar ali.
Mas sem chances, sem ajuda, e vendo aquilo como o único meio,De conseguir ver seu filho com o prato cheio de comida.
O tempo passa, o labirinto vai ficando mais comprido.
Mas já é noite... Olha pro relógio
E é hora de vestir sua fantasia