Heroína flagelada

Calada da noite

Madrugada fria

Calada, angustiada e com medo.

Ensaiado mesmo com nojo

As boas vindas ao desconhecido

Mostrando quase que o seu corpo todo nu

Porem por dentro envolvida 100%

Com os panos do desespero

Sorriso falso, frases manjadas e aparentemente espontâneas.

Ilude e é iludida

Refém do seu próprio pântano

Perdida no calabouço do seu psiquismo

Fetiche? Ou talvez mais uma refém do sistema

Talvez os dois

Encontrou nas curvas do seu corpo

Uma maneira fácil, e talvez pra ela até a única maneira.

Na televisão é tachada como imoral

Indigna, lixo humano... Uma completa marginal

Porem empresários aparentemente dignos

Contribuem com o seu ato imoral

Talvez pra você soe como utopia

Mas dignamente fazendo o que faz

Alimenta sua família

Tipo heroína

Sai de noite... Fantasiada, amargurada e revoltada.

Luta contra todos os seus inimigos

A pobreza, o descaso, a revolta, a desilusão.

O sistema, a hipocrisia, suas fraquezas e contra o maior de todos.

Ela mesma

Sente no peito a revolta e por dentro se auto flagela

Questiona-se o tempo todo, o porquê de estar ali.

Mas sem chances, sem ajuda, e vendo aquilo como o único meio,De conseguir ver seu filho com o prato cheio de comida.

O tempo passa, o labirinto vai ficando mais comprido.

Mas já é noite... Olha pro relógio

E é hora de vestir sua fantasia

Cabron Dias
Enviado por Cabron Dias em 21/02/2013
Código do texto: T4151527
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