Arte invisível
No bucho de um analfabeto
Letras de macarrão
Formam o poema mais concreto
Da santíssima refeição.
Trabalhador artista
calos em sua mão
Pra quem nele mira a vista
É operário de construção.
Trabalhador da roça
Não tem nada além de um nome
E assim vive a gente nossa
Que vê tanta comida e passa fome.
Artistas, sem pena, sem pincel
Sem blocos de mármore, sem papel
Vencedores sem troféu
Que nos lembram, como o mundo é cruel.