Pão na Chapa

Tão bonito, nem tão limpo

Tão pequeno, tão adulto,

Tão cheio de vida, tão vulgo

Tão educado, quando educação lhe foi negado

Sobre o calçamento, ouvindo o “Pode chegar”,

Mas ao se aproximar

É tocado, como o gado, é tocado

Porém sua cabeça não vale nada

É quase nada

Só mesmo peso morto para os outros

Assim como a caixa de madeira

Que dobra de peso na subida da ladeira

Chegando ao alto tem que apresentar

As moedas sujas de graxa

E o meio pão na chapa, dado de graça

Que guardaria para o irmão

Tão pequeno, tão adulto

No meio do tumulto, pequeno

É melhor você correr, e se esconder

Pois certo ou errado, irão condenar você!

Fuga do pequeno

Não traz tranqüilidade

Sobre o calçamento, a cor escarlate

Um corpo sem respiro,

E um suspiro, de alguém sem preconceito

Que o viu ao lado da caixa

E do tubo de graxa,

Dobrados os joelhos,

A camisa branca, suja, tingida de vermelho.

Mas é quase nada. Nada, nada, nada!

Ninguém sentiu sua falta

Só o meio irmão, sem meio pão na chapa.

Jeff Ferreira
Enviado por Jeff Ferreira em 16/02/2013
Código do texto: T4142983
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