Amor de terra seca
Concentrei-me angustiado ante às fatias do lombo defumado espalhados em farofa amarela no prato de ferro descascado pelas garfadas da tia-avó Beneditina
Os algodões encarapuçavam a cabeça de falhas a intervalos regulares da velha benzedeira
Pessoa de vontades íngremes, soturna que era
Esfregou seus solados dos pés, ducha gelada elétrica em fios imantados de deboche
Já realizara seus deveres de casa e a poeira ainda subia ao longe
Lenço na cabeço, cantarolava seus desamores e partia os seus destrambelhos porque as suas mãos enrugadas pelo estalido da água quente que lhe ferira ainda era trama que a mantinha casta
Não podia morrer de amor