Amor de terra seca

Concentrei-me angustiado ante às fatias do lombo defumado espalhados em farofa amarela no prato de ferro descascado pelas garfadas da tia-avó Beneditina

Os algodões encarapuçavam a cabeça de falhas a intervalos regulares da velha benzedeira

Pessoa de vontades íngremes, soturna que era

Esfregou seus solados dos pés, ducha gelada elétrica em fios imantados de deboche

Já realizara seus deveres de casa e a poeira ainda subia ao longe

Lenço na cabeço, cantarolava seus desamores e partia os seus destrambelhos porque as suas mãos enrugadas pelo estalido da água quente que lhe ferira ainda era trama que a mantinha casta

Não podia morrer de amor

YOUNG
Enviado por YOUNG em 13/02/2013
Reeditado em 14/02/2013
Código do texto: T4138531
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