Menino de rua

Nasci do lodo
Cresci nas calçadas sujas
Resurgi, talvez das cinzas do estalar da madeira
Em noite fria invoquei a felicidade
Que foge de minha presença
Pedi ao céu a luz
Que minha alma necessita
Chorei, sofri e ri das artimanhas de cada esquina
Desorientados procuram um rumo
Na vida desregrada de coadjuvantes
Sou um grão de terra
Em vias empoeiradas e traiçoeiras
Fechei os olhos e deitei
Mais uma vez nas calçadas
Onde o frio na espinha se aproxima
A imagem de quem observa de longe
Trás o sentimento de compaixão
Por alguém que não sabe o porquê de viver.
Felipe Beckmann
Enviado por Felipe Beckmann em 03/02/2013
Reeditado em 29/04/2015
Código do texto: T4121275
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