DE PÉS DESCALÇOS
Vejo temor nos olhos deles,
Quando olham para mim...
Sinto asco nas letras deles,
Quando articulam sobre mim!
Sou produto d’uma corporação,
Desincorporada e sem anistia...
Sou invento da cruel corrupção,
Renegado as beiras da hipocrisia!
Sou do meio, mas nem meio sou,
Sou forquilha ou nó que não atou...
Sou garôo do suor que não suou,
Por isto assim me vê e aqui estou!
Retirar-me-ei de pés descalços,
Para atinar-me dos meus apelos...
Para evitar-me de sonhos falsos,
Renunciar-me-ei dos atropelos!
Autor: Valter Pio dos Santos
Jan-2013