VIDA EM CHIP
Vestidos estampados com florais
seguindo independentes pelas ruas
e os homens são de pano duro e azul,
a moda habita a veste, nada mais.
Pessoas, de remotas, inexistem,
é objeto que denota identidade,
percurso em que derretem vultos tantos,
entornam homogênea massa gente.
Os olhos vítreos, foscos cravam medo,
os lábios secos sugam o silêncio
e mãos seguram bambas as bengalas
que guardam vida em chip – celulares.