O Café Queimado
Nas pedras, brancas e negras, do calçadão
Seja pelo estrato monocromático maçante
Os ares exalam um miasma de depressão
Neste espaço decrépito de pessoas vacantes
Em frente ao teatro do café
Eu me indago, sem achar resposta
Se no meu peito ainda há fé
Bate vago o desígnio da proposta
Essa bandeira perfurada por estrelas
Arriada a meio haste, solitária parece
Em meio do café murcho, despercebida nas viseiras
Floresce miúdo um fruto fadado, apenas padece.