A partida
A partida não é mais que a ida,
de um lado pro outro,
nesse vendaval de angústias e sonhos,
seculares... sagrados...
E se nos aflige...
Se nos entristece...
É que o EU carece de afetividade,
de felicidade, sem medos, sem riscos.
É o sinal do novo,
marcando outro rumo...
O que não foi traçado,
o que nem foi sonhado,
pelo próprio EU.
Mas quando a gente parte,
quase sempre se chega.
E, se não é o fim,
é esperança, é vida,
é prece, é semente.
Partir é ir além,
é dar um passo em frente,
é se espelhar no ontem,
é despender-se do hoje
e ver um amanhã
de oportunidades.
Partir às vezes dá medo,
há a angústia... o segredo,
o pânico do novo,
incomodando o ego.
Mas a partida é isto,
é bem a dialética
do ir e não ir.
E se EU vou e não me encontro?!
E se EU fico, desisto?!
E se o novo é o próprio Cristo,
lançando-me o convite,
para o caminhar
que eu me propus um dia?!
Partir é um desafio!
Partir é querer ver
o que há além do horizonte,
dessa curta visão,
da limitada experiência.
E se há a inconsistência,
da mente, na dúvida...
Também há aquele risco,
de eu não despertar
pras novas convivências.
Na partida há os que choram,
há os que rezam,
há os que pedem
para não se ir,
há os que desejam sorte,
os que abraçam forte,
os que dizem: te amo,
coração e mente...
ou da boca pra fora.
E tudo faz parte
desse dia a dia...
Que a gente constrói,
vivendo e aprendendo,
para ser melhor.
E se um amigo parte,
é só pessoalmente...
Porque, espiritualmente,
fica, com os amigos,
aqui, dentro do peito.
E a saudade é o jeito
mais gratificante
de eu cultivar VOCÊ...
aqui perto de mim.
Messias
16/02/2007