BREU

Aglutinado em suja alcova,

o povo esgueira-se das armas,

dos duros dedos de verdugos,

que, frios, premem o gatilho,

que, crus, apontam os castigos.

O povo pobre em sua saga

de tempestades e hospitais,

sem dignidade, sem socorro,

arrasta corpos sobre vidros,

partilha talhos, troca dramas.

Perversa lei da humanidade

alguém ser breu, pra alguém ser luz,

alguém ser caos, pra alguém ser paz...

Mas como pode a paz de alguém

luzir do breu de alguém no caos?

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 13/01/2013
Reeditado em 14/01/2013
Código do texto: T4082299
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