Sete Poesias de Novembro
I
Andei
Quase em sobre passos
Sem caminhos
Onde torturam questões
Pensei
No silêncio das sílabas
E no céu das solidões
Estrelas não respondiam
Nem a lua
De antigas canções
Rimei
Os sonhos de uma noite
Sozinho nos quase caminhos
Entre passos
De ameaçadores senões
Gigio Jr (SP-28.11.12)
II
Quantas degolas
Nas essências da juventude,
Que perpetuações sinistras
Paralisam as escolas...
O quê demanda da velhice
Da mesmice – gera a tolice
O sêmen da renovação
Deixa de jorrar atávico
Ora - ora – ora bolas
O desconhecer guilhotina a atitude
E a cabeça rola num átimo
Ora bolas – por que tantas degolas?
Gigio Jr (SP-28.11.12)
III
Ébrios todos são
Os sãos que não se acham ébrios
Os ébrios que nunca serão
Sãos...
Mas tremem as mãos
Como as bandeiras tremulam vãs
E desesperam no alto da solidão
Da servidão
Todos ambicionam a liberdade
Do Ébrio sem bandeira e
Sem bastão
Gigio Jr (SP-28.11.12)
IV
- “Murai-vos!”
Cimento e cal
Areia e barro
-“Silenciai-vos!”
Qual animal
Quando assustado
-“Não olheis pra trás!”
Virareis estátuas
Estátuas de Sal
- “Resignai-vos!
Gigio Jr (SP-28.11.12)
V
Relativa é hora
Descontinua é a vida
Mas o tempo é o agora
Só há rumo se há partida
Seminua e rotativa
Como bela prostituta
É o sistema que fabrica
Mãos atadas para a luta
Gigio Jr (SP-28.11.12)
VI
Condescendência
Oh geração sem ultimatos
Tolerai os facínoras
Os poderosos “ratos”
Que assaltam vossa residência
Condescendência
Oh irmãos por estes fatos
Pela continuidade do jogo
Pelos malfadados pactos
Por que na ironia dos contratos
Vós sereis os “patos”
Condescendência Irmãos!
Gigio Jr (SP-28.11.12)
VII
Nem jornais - nem revistas
Nem noticiários da TV
Rádio nem se diga
Internet que se lixa
Buás – buás – em meus relés...
Na hora sempre há fuga
Nem morto fica na tumba
Melhor falar que nunca viu
Panos quentes – ninguém sabe
Passa fácil no funil
Dólares dentro da cueca
Se acharem – grita “Heureca!”
Se não virem - nenhum piu...
Gigio Jr (SP-29.11.12)