ARMA E PÃO
UM DIA NO PASSADO
UM POETA ESCREVEU
QUE DERAM, ESCUTA BEM, AMIGOS
DERAM UM FUZIL
UM PESADO FUZIL AO MENINO.
UM DIA DE ONTEM
EM MEU POEMA DE DOR
VI CRIANÇAS CHORANDO
CLAMANDO PIEDADE E PÃO
VI A MORTE EM SEUS ROSTOS
MAS NINGUÉM VOS SABEM.
UM DIA DE MEUS TEMPOS
DE INFÂNCIA COMUM
OLHEI PELA JANELA
E VI CRIANÇAS BRINCANDO
SOLTANDO PIPAS
CORRENDO ALEGRES, INOCENTES.
EM MEUS VERSOS DE HOJE
VEJO MENINOS ARMADOS
TROCANDO A LUZ POR TREVAS
PROVENDO UM FUTURO TENEBROSO.
E MEUS VERSOS QUE GRITAM
ENQUANTO ALGUNS SE SILENCIAM
APENAS ESTÃO NAS PRAÇAS
DANÇANDO VALSA
OUVINDO ÓPERA.