ESCARRO

Sou filha do ferro, forra sou.

Filha da terra, do barro que se formou 

No chão do terreiro da liberdade 

Proclamada pelo beijo dos corpos

Do pai e mãe meus.

Sou filha do ferro, à forra vou!

Da boca o líquido salta entre as espumas do grito. 

– Saliva e poeira grudada em língua

Que não esqueci,

Na tua cara,

Cospe-se aqui!

Publicado em Cadernos Negros 35,Quilombhoje, São Paulo,2012

Página 105

Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 16/12/2012
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