ESCARRO
Sou filha do ferro, forra sou.
Filha da terra, do barro que se formou
No chão do terreiro da liberdade
Proclamada pelo beijo dos corpos
Do pai e mãe meus.
Sou filha do ferro, à forra vou!
Da boca o líquido salta entre as espumas do grito.
– Saliva e poeira grudada em língua
Que não esqueci,
Na tua cara,
Cospe-se aqui!
Publicado em Cadernos Negros 35,Quilombhoje, São Paulo,2012
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