CIDADE DOS POETAS
Em sublimes versejares
ergo meus estandartes
em rumos inimagináveis
da cidade grande...
caminhante algoz
sempre como porta voz
indago meus poderes,
meus quereres,
nas estradas dos prazeres,
dos sonhos dos poetas...
feliz é de felicidade
me encontro na cidade
de muitas cidades
na identificação urbana
que quase tudo me inflama
na ternura e no afeto
nessa cidade de concreto
busco esse poetar...
em ruas lúgubres
dos bêbados cambaleantes
ou iluminadas das lojas encantadas
que se contrastam
entre o lírico e o contemporâneo
vou divagando, buscando
entre emoções e sensações
nos desvairos alucinantes
entre amores e desilusões, observo...
entre milhões de ensejos
no olhar ébrio do pedinte, do esmoleiro
dos homens apressados sequiosos
quase todos calados
nas colisões dos carros,
até na curva da mulher bonita...
tudo se faz poesia
que conspira e inspira
na lhana euforia
da alma da cidade
do momento que nunca descansa
na mente que inventa
no coração do poeta...
Romulo Marinho