CIDADE CINZA
No estrépito alvorecer
entre as nuvens o sol encabulado
sem espalhafato começa aparecer,
em sons apavonados
na emanação das fumaças
dos carros, outras dos cigarros
trafegamos entre essa selva
que não há relva nem pássaros a gorjear,
um grito se remete
ao alarido babélico
que se confunde
na multidão
que passa com olhares distantes
em derradeiros instantes
sem emoção
observam inertes então se vão...
nessa cidade grande
feita de gigantes
em seus desafios
seus medos
e suas desesperanças...
Romulo Marinho