ABORTÍCIO
ABORTÍCIO
E ante as vascas do martírio, o grã ser se apouca,...
No catre de sua existência fugaz reside a compunção.
Destes à vida ogivais soluções de anticoncepcionais
No cetíneo sudário do teu caráter, ri-se, e ria o riso vário
E qual mãe que busca o farmacêutico e do aborto se alouca
Ao cuspir do laxante ventre,... Os cacos de sua plantação...
Escorre no caldo da fúria, a mistura do sangue dos teus pais
Revolve tormentória a estranha mente paz do teu rosário
E na clâmide,... Faz-te a forca das tuas mamas lutulentas.
Agora no harém sepulcral, o mavioso réu evola-se do amor mortiço
Estertora na piedade dos tristurosos atos de desesperança
Roga um remanso perenal, onde o céu será tua sentença
É lá que encontrarás as fístulas de misericórdias violentas.
Qual pecado empreendeu o feto para lograr o teu feitiço?!
Será que o humano de morte não se cansa?
Oh deus ateu dos miseráveis! Faquir que não pensa...
É carne do tétano. Vá fármaco do mal com sua vida desdita!
Ouça os gárrulos da morte que latem em dentes afiados
Etéreos estultos a vomitar-te bençãos em flamas
Açoitar-te-ão no cerúleo sendal da tua prepotência.
Oh mulher! Mãe do universo,... Tens a sorte de ter essa visita
De parir a luz num cosmo marmóreo de fardos tão pesados
Somos teus ilustres filhos, escravos da alegria e de seus dramas
E dignificados no teu útero!... No lar imáculo da sua assistência.
CHICO DE ARRUDA.