ABORTÍCIO

ABORTÍCIO

E ante as vascas do martírio, o grã ser se apouca,...

No catre de sua existência fugaz reside a compunção.

Destes à vida ogivais soluções de anticoncepcionais

No cetíneo sudário do teu caráter, ri-se, e ria o riso vário

E qual mãe que busca o farmacêutico e do aborto se alouca

Ao cuspir do laxante ventre,... Os cacos de sua plantação...

Escorre no caldo da fúria, a mistura do sangue dos teus pais

Revolve tormentória a estranha mente paz do teu rosário

E na clâmide,... Faz-te a forca das tuas mamas lutulentas.

Agora no harém sepulcral, o mavioso réu evola-se do amor mortiço

Estertora na piedade dos tristurosos atos de desesperança

Roga um remanso perenal, onde o céu será tua sentença

É lá que encontrarás as fístulas de misericórdias violentas.

Qual pecado empreendeu o feto para lograr o teu feitiço?!

Será que o humano de morte não se cansa?

Oh deus ateu dos miseráveis! Faquir que não pensa...

É carne do tétano. Vá fármaco do mal com sua vida desdita!

Ouça os gárrulos da morte que latem em dentes afiados

Etéreos estultos a vomitar-te bençãos em flamas

Açoitar-te-ão no cerúleo sendal da tua prepotência.

Oh mulher! Mãe do universo,... Tens a sorte de ter essa visita

De parir a luz num cosmo marmóreo de fardos tão pesados

Somos teus ilustres filhos, escravos da alegria e de seus dramas

E dignificados no teu útero!... No lar imáculo da sua assistência.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 27/11/2012
Código do texto: T4008538
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