No fundo do mar
A lua é sua casa – de onde vigia a todos!
Acordado, caminhando na rua,
Três horas da manhã...
Bêbados, prostitutas,
Teu pai e tua mãe.
Onde estão os deuses? A lei.
Ouvindo choros e lamentações
Homens vis e traições
Uma pequena amostra desse ambiente
Formando sujeitos impregnados
Com o cheiro azedo da podridão
E ainda não vimos
Quão torpe pode ser um coração
Corpos caídos, vestidos rasgados
Olhos que choram a perda de um irmão
Mesas vazias, cadeiras quebradas
Toda a estrutura está desarrumada
Existem aqueles que gostam da luz
Outros preferem, simplesmente, a escuridão
Todos os amores foram mortos
Pela mesma espada da justiça
Calado e preso, no fundo do mar
Está o velho espírito da dignidade
Outro dia sonhamos com Ele
Mas agora, somos todos – ateus.