RETRATO DE UMA VIDA

Sou uma prostituta fabricada,

Que cresce destinada

À vida nua e crua!

Na vida, não tenho paz

E sobrevivem os meus pais,

Do dinheiro da minha carne nua!

Tenho 16 anos de idade

E sou discriminada pela sociedade

De toda e qualquer nação

Mas ninguém, pára e pensa,

Que estou expondo-me às doenças,

Com certeza, não por opção!

Durmo quase sempre, às 5:00 h da manhã,

Pedindo a Deus, para que minha irmã,

Jamais caia nesta vida...

Ter que dormir quase sempre nas ruas,

As vezes, vestida, outras, nua!

Dentro de si mesma, perdida!

Satisfaço os prazeres

Em gemidos e dizeres,

Sempre que o dinheiro “corre”!

E quando isso acontece,

A minha carne apodrece

E a minh’alma morre!

Sociedade injusta!

Que nos faz prostitutas,

Nas esquinas do seu calçadão

Por que tanto nos discrimina,

Se cada uma de nós, meninas,

Fomos jogadas das suas mãos?

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 03/03/2007
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