RETRATO DE UMA VIDA
Sou uma prostituta fabricada,
Que cresce destinada
À vida nua e crua!
Na vida, não tenho paz
E sobrevivem os meus pais,
Do dinheiro da minha carne nua!
Tenho 16 anos de idade
E sou discriminada pela sociedade
De toda e qualquer nação
Mas ninguém, pára e pensa,
Que estou expondo-me às doenças,
Com certeza, não por opção!
Durmo quase sempre, às 5:00 h da manhã,
Pedindo a Deus, para que minha irmã,
Jamais caia nesta vida...
Ter que dormir quase sempre nas ruas,
As vezes, vestida, outras, nua!
Dentro de si mesma, perdida!
Satisfaço os prazeres
Em gemidos e dizeres,
Sempre que o dinheiro “corre”!
E quando isso acontece,
A minha carne apodrece
E a minh’alma morre!
Sociedade injusta!
Que nos faz prostitutas,
Nas esquinas do seu calçadão
Por que tanto nos discrimina,
Se cada uma de nós, meninas,
Fomos jogadas das suas mãos?