GUERNICA
GUERNICA
Essas balas que traçam o espaço, essas bombas que detonam ao chão,
também explodem comigo dentro do coração, destroços, braços, mil corpos, entre gritos infantis, esperanças e agonias, onde estou e onde estão a paz que tanto prometem, no silêncio de cada rosto, em cada olhar de espera, fumaças, trens, edifícios, pontes, tudo em ruína, quando é que isso termina, essa mina de loucura, poeiras, cascalhos, retalhos, sucumbidos entre escombros, ilhados, cercados, doentes, inóspitos, ignóbeis homens maus, na arena irados em blocos, de olhos vidrados mirando um céu em forma de chumbo e de fel, clamando ao Deus vingativo, rogando em súplicas tão fúteis, com ideais tão inúteis,e muito dinheiro de papel