IGNORO
Ignoro as mazelas aqui existentes
Nas encruzas e calçadas
Em semáforos vermelhos amarelos
Não me vejo no olhar desses flagelados
Miseráveis sem riso consciente
Olhar descrente
Descaradamente, ando em meu carro conversível
Sinto-me deus entre os ateus
Senhor do mundo de BMW
Ignoro o mundo sujo que eu ajudo sujar
Ignoro o Co2
Respiro ar de lavanda, pois meu royalty de petróleo
Compra-me fragrâncias e núncias
Concubinas suecas
Escravas africanas
Fecho-me no mudo
Não me importo de um milhão e meio não
Tem meio pão
Tenho um milhão de Pães
E meio cérebro