Não Sei Como Vivia!
Não sei como vivia
Não sei!
Se na noite eu dormia,
Na manhã eu acordaria.
Não sei!
Se na noite eu sumia,
Na manhã a realidade eu via.
Não sei!
Se na noite a dor eu sentia,
E na manhã sempre brincar queria.
Não sei!
Se na noite eu sofria,
E na manhã me alegraria.
Não sei!
Se na noite eu me escondia,
E na manhã eu me aborreceria.
Não sei!
Se a noite me conteria,
E na manhã me revelaria.
Não sei!
Se a noite era tudo que eu tinha,
E na manhã toda dor viria.
Não sei!
Porque toda noite chorava de barriga vazia,
E na manhã toda fome teria.
Não sei!
Se a noite eu mentia,
E na manhã eu fantasiaria.
Não sei!
Porque tanta fome de noite sentia,
E na manhã era tudo alegria.
Não sei!
Porque a noite eu me escondia,
E na manhã eu sempre aparecia.
Não sei!
Se de noite eu vivia,
E de manhã eu sofria.
Não sei!
Quantas noites foram frias,
E na manhã fantasma viria.
Não sei!
O que a noite me dizia,
Que toda manhã eu me acalentaria.
Não sei!
Quantos naquela cama dormia,
Mas todos de fome sofria.
Não sei!
Porque a noite escondia, tanta barriga vazia.
E na manhã toda miséria apareceria.
Não sei!
Se na noite chorava Maria,
E na manhã todos acompanharia.
Não sei!
Mas toda noite no calor daquela cama, o conforto viria,
E toda manhã a vida viria.