FACES DA VIDA

Ouço vozes de crianças, vêm da rua...

Vozes nuas de pecados, vozes claras,

que entoam a inocência em faces rubras,

que não ferem a consciência, vozes raras.

Ouço vozes juvenis, vêm das estrelas...

Vozes cheias de paixões, vozes secretas,

que exibem emoções em lua cheia,

e à luz da estrela-mor soam discretas.

Ouço vozes de adultos, vêm das águas...

Vozes fartas de razões, vozes amigas,

que impõem as condições, vozes sensatas,

mas que um pouco necessitam de cantigas.

E as vozes dos idosos? Não as ouço!!

Onde é que estarão? Vozes tão sábias!

- Cá estamos - ressuscitam -, mas estorvo

é o que somos. Eis porque estamos caladas.