LUIS, O APENADO
Depois de passar o tempo
Qualquer fruta se estraga
No mundo de hoje em dia
O crime virou uma praga
Porém o que aqui se faz
Aqui ainda se paga
Por isto existem presídios
Cheios de gente sofrida
Que ali estão a pagar
Os erros da sua vida
Limpando a sua moral
Para sair de cabeça erguida
E dentro de um presídio
Está o Luis, o apenado
Que errou com a justiça
E um dia foi agarrado
E pelos erros que fez
Pela lei foi condenado
Ele então foi recolhido
Ao presídio municipal
Conforme leis e artigos
Que no código penal
Descreviam a sua pena
De acordo com o seu mal
E ali ele vai passando
Seus dias, mês após mês.
Esperando com paciência
Que chegue a sua vez
De sair de peito erguido
Porque pagou pelo que fez
Enquanto não chega o dia
Ele não se apavora
Porque recebe visitas
Das pessoas que ele adora
Os amigos, os parentes
Seus filhos e sua senhora
E preso em suas idéias
Ele deste modo pensa
Neste mundo de miséria
Já não existe quem vença
Pois hoje em dia ser pobre
Já é uma grande sentença
Quanta miséria nas ruas
Quanta gente sem escola
E crianças semi-nuas
Nas ruas pedindo esmola
Como é que igual a mim
Não irão para a gaiola
Todos nós somos humanos
Por isto todos erramos
A lei existe e por certo
É para ela que nós pagamos
Mas se até Deus da outra chance
Porque é que nós não damos?
Eu creio na lei divina
E acato a lei dos homens
Mas ladrão rico não prendem
Porque tem dinheiro e nome,
Então porque me prenderam?
Se roubei pra matar a fome.