Preso
Fico na espera
de saber no que pensou
Deus quando me lançou
assim, como sou
sobre esta terra!?
E me pôs como carga
essa carga da atmosfera,
que pesa.
Pesa menos aos outros.
Carga pacífica á todos,
mas que pra mim se faz fera!
Nela respiro
e existo
e suporto como quem tolera
a liberdade presa em cela
e os fardos que me impõe,
mesmo com tamanhas legiões
de controvérsias
Ah, que tanta limitação
nessas novas décadas
criadoras de tantas inutilidades,
inutilidades deveras!
Puseram-me aqui
sob este céu,
céu de bronze.
Amarram-me à limitação do fim,
me fixaram ao chão daqui,
mas eu só me vejo lá longe!
(Apesar) de fabricar as habilidades e o potencial dos demais
este Governo criador de súditos vencidos,
não o sou. Mesmo que me tenha como público submetido,
estou perfeitamente apta para o que sou capaz.