.:. Fidelidade .:.
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Merecemos esquecer o calor da vida e seus encantos,
simplesmente por causa do desencontro casual?
Ser de alguém e a este alguém pertencer, sim,
invalida todas as outras buscas, tornando-se um mal?
Não há nenhuma culpa nem culpados... há o real;
há o valor da vida que se nos mostra sempre ativa.
Se os dissabores e os reveses nos consagraram amigos,
mesmo que através de uma casual situação,
esses mesmos reveses nos podem revelar, sem castigos,
os prazeres de uma nova e intensa sedução.
Que as investidas não sejam tidas como agressões;
que as possíveis tentativas apenas sejam ouvidas...
Falando sim ou falando não, escute-me, isso basta!
Afinal, meu desejo é verdadeiro e a retórica é vasta.
Não tenha medo de ser taxativa e talvez fria...
Você pode me xingar ou, quem sabe, fazer ameaças!
Nada me impedirá de tentar, deixando às traças,
O imenso desejo de tocar, sem pressa, sua pele macia.
Se o trair for algo íntimo, não revelado e introspectivo;
sem nenhum toque, sem nenhuma ação de desejar,
já estamos pecando no inigualável ato de verbalizar.
Repense valores e prossiga ou tente, isso não é instintivo.
E se o fosse, que maldade haveria no ato em si?
O amor não é a dimensão de um doar-se?
Estamos distantes... Ah, se você estivesse aqui!
Não seríamos errantes – estaríamos em Marte!
Fortaleza-CE, 9 de maio de 2007.
21h10