TREM DESCARRILHADO
Eu hoje que por já ter alguns quilômetros rodados,
Às vezes fico parado pensando no que vai ser,
Pois fico sem entender e bastante preocupado
Pasmo, bastante abismado, vendo tudo acontecer,
Pois no meu modo de ver, é como um trem descarrilhado,
Que nós estamos embarcados não tendo o que fazer,
Até mesmo sem saber qual o destino traçado,
Sem maquinista o danado, fora dos trilhos a correr.
E assim fora dos trilhos e sem conseguir frear,
Segue em frente sem parar, sem rumo, sem luz, sem brilho,...
A vaidade no gatilho e o tempo a apertar,
O orgulho quer comandar, pois da vaidade é filho,
Diz o egoísmo não partilho, o excedente vou guardar,
Pra tudo depositar, estou construindo silos.
Comprarei isso e aquilo, muito mais quero comprar,
Comprando sem precisar, pois consumir é o novo estilo.
E assim segue girando esse enorme carrossel,
Um brinquedo tão cruel que os valores vão trocando,
Uns sorrindo, outros chorando pelo destino cruel,
Pra uns é favo de mel a vida que estão levando
E outros vivem chorando, num amargor que é só fel,
Vivendo de del em del e sem saber até quando,
Às vezes só esperando a recompensa do céu,
Pois os verdadeiros réus, de inocentes estão pousando.
Da maldade, os professores ensinam com tanto afinco
E assim nesse labirinto de inversão de valores,
Sem medos e sem temores, dando vazão ao instinto,
Os prazeres mais distintos os buscamos sem pudores,
Quem planta espinhos e quer flores, é assim que vejo e sinto,
Falo a verdade, não minto, não ouvimos os clamores,
De quem sofre os horrores, digo mais pra ser sucinto,
De Deus estamos famintos e obesos de desamores,