TREM DESCARRILHADO

Eu hoje que por já ter alguns quilômetros rodados,

Às vezes fico parado pensando no que vai ser,

Pois fico sem entender e bastante preocupado

Pasmo, bastante abismado, vendo tudo acontecer,

Pois no meu modo de ver, é como um trem descarrilhado,

Que nós estamos embarcados não tendo o que fazer,

Até mesmo sem saber qual o destino traçado,

Sem maquinista o danado, fora dos trilhos a correr.

E assim fora dos trilhos e sem conseguir frear,

Segue em frente sem parar, sem rumo, sem luz, sem brilho,...

A vaidade no gatilho e o tempo a apertar,

O orgulho quer comandar, pois da vaidade é filho,

Diz o egoísmo não partilho, o excedente vou guardar,

Pra tudo depositar, estou construindo silos.

Comprarei isso e aquilo, muito mais quero comprar,

Comprando sem precisar, pois consumir é o novo estilo.

E assim segue girando esse enorme carrossel,

Um brinquedo tão cruel que os valores vão trocando,

Uns sorrindo, outros chorando pelo destino cruel,

Pra uns é favo de mel a vida que estão levando

E outros vivem chorando, num amargor que é só fel,

Vivendo de del em del e sem saber até quando,

Às vezes só esperando a recompensa do céu,

Pois os verdadeiros réus, de inocentes estão pousando.

Da maldade, os professores ensinam com tanto afinco

E assim nesse labirinto de inversão de valores,

Sem medos e sem temores, dando vazão ao instinto,

Os prazeres mais distintos os buscamos sem pudores,

Quem planta espinhos e quer flores, é assim que vejo e sinto,

Falo a verdade, não minto, não ouvimos os clamores,

De quem sofre os horrores, digo mais pra ser sucinto,

De Deus estamos famintos e obesos de desamores,

CEZARIO PARDO
Enviado por CEZARIO PARDO em 02/11/2012
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