A BESTA DO APOCALYPSE

Talvez eu tenha pecado

Em não olhar o pranto antes de atirar

Eu sou um dos instrumentos

Do horror que existe aqui

Às vezes até sonho

Mas meus olhos se abrem

E me mostram as manchas vermelhas

Que deixo em meu rastro

E o pesadelo que irá me perseguir

Nunca poderei ter um lar

Pois aqueles que me cercarem

Também serão vítimas da dor

Que em todos os meus dias

E em todas as minhas noites

Irá se refletir

“Deus” me fez subúrbio

Sujo as mãos de sangue

Exalo o olor da morte

Para que os “Deuses” lá em cima

Possam sorrir

Arnoldo Pimentel