RISO CEGO

Alegoria de um sorriso armado...

Dentes brancos que se apertam salientes,

escancarando a mais voraz das alegrias

que se pletora dentro d'alma da pessoa!

Inatingível, tal figura sorridente

não vê detritos, não vê mórbidos no mundo,

tampouco as gosmas maltrapilhas derramadas –

tais pedras flácidas humanas – na calçada,

entre a fumaça de cachimbos venenosos.

Mas de repente, vai ao chão e quebra o riso.

Não enxergou, atravessada à sua frente,

a pedra-gente gosma podre morta em vida.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 20/10/2012
Código do texto: T3942419
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