Desconstrução

Na perene forma de todo ser

É imponderável a estrutura que se segue.

De tamanhas imperfeições

Surge ao inestimável

Bem no cerne de tudo

Que se deseja ao menos

No que se fala em termos poéticos.

Triste de mim que sou apenas um bardo

Que se corrói nas ânsias do humano

Intransigente às meras coisas.

Esquece-se do eu para se falar daquele,

Uma terceira pessoa de um popular

Que numa sociedade devastada

Por coisas mundanas

Destrói-se aos poucos.

E eu, que sou apenas um poeta,

Vê a distância do que se poderia ser,

Pois a imaginação está longe

E estas poucas linhas não nos cabem poucos sentimentos

Que formariam alguma rima.

E, assim, se acalanta

No seio do despossuído.

Ricardo Miranda Filho
Enviado por Ricardo Miranda Filho em 14/10/2012
Reeditado em 14/10/2012
Código do texto: T3932661
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