O tiro que não saiu pela culatra

Corria... O máximo que podia,

Se esquivando de tudo o que poderia lhe atrapalhar

Talvez numa cerca, ou um muro a pular...

Corria... O máximo que podia.

Desceu a viela correndo, e quase se esbarrou na senhora

Que na última hora estava voltando da feira.

Perguntou ao garoto: - Para que tanta pressa agora?

Respondeu: - Minha senhora, não me pergunte esta besteira!

Estou fugindo daqueles que querem o meu fim

Será ruim pra mim se eles aqui me encontrarem

Não fiz nada, mas com certeza é sempre assim

Preto, pobre ou favelado sofre muita desigualdade.

Disso sei muito bem, estou aqui por uma boa causa

A dose certa de contexto quando quero não consigo.

Sei de todo o cinismo destes que são perseguidores

Não vão morrer de amores, é só ódio pro inimigo.

Agora... Conseguiram me alcançar...

Atiraram três vezes, não quero que imagine.

Uma cena muito triste até de se contar,

O sangue escorre pela viela íngreme.

Aquela senhora viu a cena e ficou perplexa

Com tamanha crueldade que ali apareceu

Essa é a realidade vivida em qualquer favela

Quem será o culpado?

O governo, a polícia, você ou eu?

Luciano Moura MC
Enviado por Luciano Moura MC em 13/10/2012
Reeditado em 13/10/2012
Código do texto: T3931254
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