O FILHO DO DESAMOR

O FILHO DO DESAMOR

Maria Luiza Bonini

O que indagas, meu menino, com este ar de compaixão?

És ingênuo, nada sabes, eu te contarei, embora, em vão.

És órfão de mãe viva, cujo nome é Vergonha, irmã da Decepção

Que largou-te ao abandono, assim, sem nenhuma explicação...

Foi-se ao encontro do teu pai, chamado Desamor, irmão da Incompreensão

Desta família, descendes, portanto, sem solução.

Endereço, não tens...Estás em todos lugares...

Como a flor do pântano, pedindo por atenção

Se possível fosse, Ele te levaria, para a eterna mansão...

Mas deve ter um propósito, pois conhece a tua missão

Refletes, aos olhos do mundo, o resultado da ganância e do egoísmo

Tua imagem nos induz à uma profunda reflexão

Tenho a dizer, que possuis um sem número de irmãos

Nascidos dos mesmos pais, com a mesma tradição

Crianças que. perdidas por estas terras

Sofrem, como tu, o crime de ter nascido

Pena tão dura... e sem redução

Meu amado menino, ouça

Permita que eu te diga:-

Por pior que pareça, não perca a fé, prossiga...

Breve encontrarás o caminho que o levará ao paraíso

Onde encontrarás o carinho, o amor e a alegria,

A te esperar com o aconchego de um terno sorriso,

saudando-te:-

Seja bem-vindo, filho do Desamor!

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São Paulo - SP - Brasil

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 05/10/2012
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