O FILHO DO DESAMOR
O FILHO DO DESAMOR
Maria Luiza Bonini
O que indagas, meu menino, com este ar de compaixão?
És ingênuo, nada sabes, eu te contarei, embora, em vão.
És órfão de mãe viva, cujo nome é Vergonha, irmã da Decepção
Que largou-te ao abandono, assim, sem nenhuma explicação...
Foi-se ao encontro do teu pai, chamado Desamor, irmão da Incompreensão
Desta família, descendes, portanto, sem solução.
Endereço, não tens...Estás em todos lugares...
Como a flor do pântano, pedindo por atenção
Se possível fosse, Ele te levaria, para a eterna mansão...
Mas deve ter um propósito, pois conhece a tua missão
Refletes, aos olhos do mundo, o resultado da ganância e do egoísmo
Tua imagem nos induz à uma profunda reflexão
Tenho a dizer, que possuis um sem número de irmãos
Nascidos dos mesmos pais, com a mesma tradição
Crianças que. perdidas por estas terras
Sofrem, como tu, o crime de ter nascido
Pena tão dura... e sem redução
Meu amado menino, ouça
Permita que eu te diga:-
Por pior que pareça, não perca a fé, prossiga...
Breve encontrarás o caminho que o levará ao paraíso
Onde encontrarás o carinho, o amor e a alegria,
A te esperar com o aconchego de um terno sorriso,
saudando-te:-
Seja bem-vindo, filho do Desamor!
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São Paulo - SP - Brasil